Educação será contemplada com legado dos Jogos Olímpicos
O secretário de educação básica do Ministério da Educação, Romeu Caputo,
disse nesta quarta-feira, 30, em Brasília, que os investimentos para a
realização dos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro terão reflexo
na infraestrutura do esporte nas escolas. Caputo fez palestra a gestores
públicos municipais, no Encontro Nacional com Novos Prefeitos e
Prefeitas, na qual previu benefícios para a educação com o legado
olímpico.
O secretário também falou sobre parceria entre os
ministérios da Educação e do Esporte para a criação, ainda em 2013, dos
Jogos Escolares de Atletismo. A competição seguirá os moldes da
Olimpíada da Língua Portuguesa, com etapas intraescolares, municipais,
estaduais e uma final nacional. “Os jogos contarão com alunos de 12 a 17
anos, em provas de corridas e saltos e servem como iniciação
esportiva”, disse.
No Encontro Nacional de Novos Prefeitos e
Prefeitas, Caputo participou, ao lado do presidente do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE), José Carlos Freitas, de oficina na
qual foram apresentados o Plano de Ações Articuladas (PAR) e o sistema
de compras por meio de registro de preços nacional (RPN). Durante a
oficina, os prefeitos puderam tirar dúvidas sobre o plano e o sistema.
O
PAR, planejamento em educação de cada município, contempla iniciativas
de gestão, formação, práticas pedagógicas e infraestrutura escolar. A
adesão ao plano pelas prefeituras é fundamental para permitir o acesso a
programas do MEC. O registro de preços nacional é uma forma de reduzir
as despesas dos municípios ao aproveitar o poder de compra em escala do
governo federal. Além do custo reduzido, as compras pelo registro são
mais ágeis, uma vez que não há necessidade de fazer nova licitação.
Texto retirado do portal do MEC, no dia 30/01/2013. Imagens retiradas do Google.
Novos gestores têm a oportunidade de adequar planos e melhorar ensino
No Encontro Nacional de Novos Prefeitos e Prefeitas, promovido pelo governo federal nesta segunda-feira, 28, e na terça, 29,
em Brasília, o Ministério da Educação apresentará a situação do ensino
nos municípios e os programas capazes de melhorar a qualidade da
educação. Aos gestores será mostrado um levantamento informatizado dos
programas em andamento nos municípios, baseado na repactuação de acesso a
programas do MEC por meio do Plano de Ações Articuladas (PAR).
A
presidenta da República, Dilma Rousseff, abre o evento nesta
segunda-feira, 28, às 17 horas. O ministro da Educação, Aloizio
Mercadante, faz palestra na terça-feira, 29, às 10h30, sobre as políticas de educação. No
encontro, prefeitos e secretários municipais de educação obterão
detalhes sobre planejamento entre os municípios e o Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE). Os prefeitos poderão também aderir
aos programas de construção de creches e pré-escolas e de construção e
cobertura de quadras poliesportivas, que terão o período de adesões
reaberto. Na construção de creches, a prefeitura participa com a cessão
do terreno. Há ainda a possibilidade de antecipação de recursos para
custeio das novas unidades de educação infantil e de pagamento de 50% a
mais do repasse por criança integrante do programa Bolsa-Família que
estiver matriculada na rede pública ou conveniada de educação infantil.
Pacto
Uma prioridade do MEC é o Pacto pela Alfabetização na Idade Certa, que
tem como objetivo alfabetizar todas as crianças até os 8 anos de idade.
Trata-se de uma política destinada a melhorar a qualidade do ensino ao
longo do tempo — a criança que não aprende a ler e a escrever, nem fazer
as primeiras contas na idade adequada tem maiores chances de ser
reprovada ou de abandonar a escola. O pacto prevê avaliações com
crianças de 7 e 8 anos para aferir a capacidade de escrever, ler,
interpretar textos e fazer as primeiras contas. Estarão mobilizados mais
de 360 mil professores alfabetizadores, que receberão bolsa de R$ 200.
Também estarão envolvidos 18 mil monitores e 38 universidades.
Integral
Outro programa destinado a melhorar a qualidade do ensino básico é o
Mais Educação, que estimula a educação integral nas escolas da rede
pública. Mais de 30 mil instituições participam do programa, que amplia a
jornada escolar para sete horas e oferece reforço escolar, esporte,
cultura e lazer aos estudantes. A meta é atingir 60 mil escolas até
2014. No encontro, os prefeitos poderão participar de oficinas
sobre diversos temas e programa oferecidos pelo MEC, como os de
transporte escolar, mobiliário escolar, educação digital, merenda
escolar, livro didático; educação no campo; acesso ao ensino técnico e
emprego; planos nacional e municipais de educação; prestação de contas e
piso salarial do professor. As especificações completas e os valores de todos os produtos disponíveis estão na página do FNDE na internet. Estados e municípios terão acesso ao Sistema de Gerenciamento de Adesão de Registro de Preço (Sigarp)
para aderir aos pregões de interesse de cada gestor municipal. De
acordo com o produto escolhido, a compra pode ser feita com recursos
próprios, de outras fontes ou, ainda, por meio de linha de crédito do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Texto retirado do portal do MEC, publicada no dia 28/01/2013 pela assessoria de comunicação social.Imagens retiradas do Google.
Ainda resta uma semana de férias, mas milhares de estudantes de BH se preparam para retornar os estudos
Aproximadamente 710 mil alunos das redes municipal, estadual e privada do ensino de Belo Horizonte retornam às aulas no próximo dia 4 de fevereiro. Nas unidades públicas, novidades são esperadas para esse ano letivo.
Segundo a Secretaria Municipal de Educação, as atividades em BH serão retomadas em 186 escolas e 67 Unidades Municipais de Educação Infantil (Umei).
Pela primeira vez, todos os alunos de rede municipal irão receber uniformes escolares e um kit escolar, que inclui cadernos, livros de literatura, lápis, régua, borracha, mochila, dentre outros materiais. No ano passado, apenas parte dos estudantes recebeu o kit.
Programa
Já na rede estadual, que conta com 230 escolas na capital e 220 mil estudantes, a novidade será o projeto "Reinventando o ensino médio", realizado desde o ano passado em caráter experimental nas escolas de BH.
O programa será expandido a 122 unidades do interior. A previsão é a de que, até 2014, todas as escolas recebam o projeto, que busca dar um novo significado ao ensino médio, que apresenta alta taxa de evasão escolar.
Segundo a Secretaria de Estado de Educação (SEE), o programa acrescenta um sexto horário na grade, com diciplinas de conteúdo diferenciado e voltado para o mercado de trabalho.
Particular
Na rede privada conforme o Sindicado das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep), o calendário escolar é livre, desde que sejam cumpridos 200 dias letivos no ano.
São 3.200 estabelecimentos em Minas, sendo 834 escolas em BH e 1.285 na região metropolitana. Ao todo, as unidades particulares somam cerca de 1 milhão de alunos no Estado, 320 mil deles na capital.
Texto retirado do jornal Hoje em Dia, no dia 27/01/2013, caderno Minas, página 23, escrito por Danilo Enerich
Soraya Hissa (Superintendente de Modalidades e Temáticas Especiais de Ensino da SEE-MG)
A formulação de políticas públicas direcionadas para a educação básica
em Minas Gerais passa, necessariamente, pelo desenvolvimento de ações
pedagógicas inovadoras, assentadas em um conceito amplo de educação, e
em propostas mais abrangentes, sempre norteadas pelo princípio da
inclusão.
Introduzida no contexto educacional com o objetivo de
reverter uma realidade histórica do país, marcada pela desigualdade e
exclusão, a política educacional inclusiva da rede pública estadual de
educação é orientada pelo reconhecimento de direitos, respeito às
individualidades e valorização da diversidade. A inclusão na escola,
prevista na legislação vigente, parte do princípio de que todos têm o
direito de acesso ao conhecimento sem nenhuma forma de discriminação.
Dentro
dessa perspectiva, a Secretaria de Estado de Educação (SEE) trabalha em
toda a sua rede - nas 3.702 escolas - para que a oferta de um ensino de
qualidade seja, de fato, universal. As condições de entrada e
permanência na escola trazem benefícios incontestáveis para o
desenvolvimento do estudante com deficiência, uma vez que garantem o
convívio, a socialização e a troca de experiências entre crianças e
jovens de diferentes realidades. Para tanto, a escola tem de ser
preparada, tanto no aspecto da infraestrutura, quanto no seu projeto
pedagógico, para que todos os alunos tenham as mesmas oportunidades.
Para
garantir todo o suporte ao estudante com deficiência, as escolas
oferecem o atendimento educacional especializado. Esse trabalho conta
com profissionais como o professor de apoio, o intérprete de libras e o
guia-intérprete. Para além da sala de aula, o atendimento educacional
especializado se faz presente nas salas de recursos, que dispõem de uma
série de instrumentos que, no contraturno, complementam o atendimento
dos alunos. A política de inclusão envolve, também, a acessibilidade
arquitetônica e tecnológica, capacitação de educadores e a formação de
redes de apoio.
O trabalho desenvolvido, ao longo de décadas,
pelos Centros de Atendimento Educacional Especializado da Rede Pública e
pelas instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas, sem
fins lucrativos, se soma às propostas da política de inclusão da rede
pública estadual.
Sabe-se que a prática da educação inclusiva
está em permanente construção e propõe, a todos, uma mudança de cultura e
de paradigma. Importantes passos já estão sendo dados, mas é preciso
estar sempre atento ao fato de que ainda se pode avançar muito, para
assegurar a todos os alunos o permanente direito de aprender,
compartilhar e conviver sem nenhum tipo de discriminação.
O desafio da inclusão
Marly Moysés S. Araújo (educadora - marlymoiyse@gmail.com)
"O que o Brasil precisa para florescer como uma grande nação é bem pouco:
que todo mundo tenha emprego e, pelo menos, tenha o curso primário",
afirmava o professor Darcy Ribeiro. De saída, sabe-se que, em pleno
século XXI, essas condições, embora elementares, estão longe de ser
satisfeitas, e o motivo é, também, sabido: a educação, no Brasil, é
prioridade no discurso e, entre esse e a prática, há uma enorme
distância.
Uma breve retrospectiva sobre o tema confirma essa
triste realidade. A chamada educação especial desde a antiguidade
incorporou-se ao processo educativo, como forma de atender a pessoas
que, em virtude de alguma necessidade especial, não acompanhavam o
ensino regular e não construíam espaços de interação e convívio social,
principalmente por viverem segregadas. A concepção sobre "deficiência",
como algo além do natural, estabelecia os conceitos de normal e anormal e
ao considerado "anormal" atribuía-se, de modo preconceituoso, a
condição de deficiente.
As inovações introduzidas nesses
conceitos, com a emergência de novas concepções, que consideram as
interações sociais como relevantes para o processo de desenvolvimento
humano, contribuíram para um novo olhar sobre a questão e deram origem
ao paradigma da integração, que precedeu o da inclusão. Esse movimento,
iniciado nos anos 1960/70, ganhou destaque ao definir a noção de um
padrão de vida mais próximo daquele para os ditos "normais", aproximando
o deficiente das atividades sociais.
Na prática, os resultados
foram insatisfatórios. Não houve conscientização da sociedade, no
sentido de contribuir para a efetivação de oportunidades iguais para as
pessoas com deficiência, e não se extinguiu a segregação, pois as
pessoas, mesmo integradas às escolas regulares, às quais deveriam
adaptar-se, não encontraram reciprocidade, porquanto as escolas não
estavam preparadas para recebê-las. Ainda existe uma enorme distância
entre o legal e o real; entre a promessa e a prática da inclusão. Nos
anos 1990, a necessidade de releitura das práticas educacionais no país
colocou em destaque a inclusão como se essa palavra pudesse, em um
passe de mágica, fazer valer o direito subjetivo à educação, contido na
Constituição, que assegura oportunidades iguais para todos, baseada no
princípio do respeito à dignidade humana no âmbito social e individual. Como
nosso sistema não é moldado para o desafio de educar pessoas com
características especiais e que venham de famílias e situações
comunitárias complexas, não será fácil superar barreiras em relação à
inclusão. A tarefa que cabe à sociedade civil é cobrar do governo
transparência, diálogo e mais ação.
Texto retirado do jornal O Tempo, 1º caderno, página 21, no dia 25/01/2013
Cada vez mais, o ensino na infância é levado a sério pelos pais, escolas e poder público. Projeto pedagógico deve ser adequado para ensinar sem deixar de lado as brincadeiras.
Antes mesmo de dominar o mundo dos números e das letras, a criança é
capaz de desenvolver habilidades que ajudam nos anos seguintes da vida
escolar e contribuem na formação pessoal dela. Diante de tantos
benefícios, especialistas já se despertaram para a importância da
educação infantil e recomendam aos pais que se atentem para essa etapa
do ensino.
“Por muitos anos, as escolas de crianças eram vistas apenas como um
espaço de brincadeira e lazer. A situação mudou a partir de 1997, com a
lei que reconhece a educação infantil como um nível que faz parte da
educação básica”, afirma a pedagoga especialista em educação infantil,
Cristiane Bargas Queiroz.
Embora o movimento seja recente, as mudanças foram grandes de lá para
cá. Se antes bastava o magistério para uma pessoa ser apta a dar aulas,
hoje o diploma de pedagogia é exigido dos professores. Projetos
pedagógicos e estrutura física adequada e segura também são quesitos
exigidos para uma escola infantil funcionar.
Busca por qualidade
As exigências são para aumentar a qualidade do ensino oferecido pelas
instituições. “Isso é muito importante, porque essa é uma fase delicada.
Nesse momento, os meninos desenvolvem a socialização, aprendem a se
relacionar com o outro e dividir. Eles também conquistam autonomia por
passar mais tempo longe dos pais”, observa Cristiane Queiroz.
Os primeiros hábitos de estudo também podem ser adquiridos na infância,
como explica a coordenadora da Educação Infantil no Colégio Arnaldo,
Rosimeire Marques Pacheco.
“As crianças levam livros para que os pais façam a leitura com eles em
casa, e aprendem a reconhecer letras e números”, exemplifica. Como
consequência desse trabalho, o processo de alfabetização se torna mais
fácil e os alunos chegam ao Ensino Fundamental mais preparados.
Rosimeire ressalta, porém, que todas as habilidades e competências
devem ser ensinadas por meio de brincadeiras e atividades lúdicas. “As
atividades precisam ser práticas. Se ficarmos apenas na teoria, as
crianças não dão conta de abstrair o que está sendo ensinado”.
Os benefícios da educação na infância são comprovados no dia a dia por
Vânia Cláudia Resende, mãe de Arthur Bergamini Resende, de 4 anos. “Ele
tinha apenas 2 anos quando começou a frequentar uma escola e foi muito
claro o desenvolvimento que alcançou em pouco tempo”, diz.
Hoje, Arthur já troca de roupa sozinho, não se importa em dividir os
brinquedos e já está se familiarizando com as palavras, escrevendo o
próprio nome e reconhecendo outras letras. “Pode parecer coisa pequena,
mas é um avanço grande considerando a idade dele. Isso traz segurança
para mim. Na escola, ele aprende coisas que eu, como mãe, não
conseguiria ensinar sozinha”.
Texto e imagem retirados do jornal Hoje em dia, caderno Minas, página 27, no dia 24/01/2012
Alunos da educação básica da capital terão aulas gratuitas de música
O ano letivo para os alunos da rede municipal começa com um toque
especial. A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria
Municipal de Educação (Smed), lançou o Projeto de Musicalização para os
alunos das escolas municipais matriculados no ensino fundamental e
participantes do programa Escola Integrada. A iniciativa, que estreia em
caráter piloto, utiliza a música como ferramenta de aprendizagem e
permite que crianças e adolescentes desenvolvam novas habilidades.
Gerenciado pelo programa Escola Integrada, o projeto começa com nove
instituições contratadas pela Prefeitura. Todas as aulas serão
gratuitas. Confira no box nesta página quais são essas instituições.
A previsão é que os trabalhos se iniciam a partir de fevereiro, após o
retorno das aulas. As instituições contratadas farão o trabalho de
audição com os jovens que demonstrarem interesse e aptidão musical. Cada
uma delas irá disponibilizar um determinado número de vagas, que serão
divididas entre os turnos da manhã e da tarde. Os alunos interessados
deverão procurar a escola onde estudam para mais informações sobre o
encaminhamento para os cursos.
O atendimento garante aos estudantes a formação inicial em educação
musical, com atividades que auxiliam no desenvolvimento cultural e
psicomotor, já que os alunos poderão se aprofundar nas técnicas de
diversos instrumentos, gêneros e estilos musicais. Guitarra, baixo,
piano, saxofone, flauta, bateria e violino são algumas das aulas
disponíveis. Eles também poderão optar por instrumentos de orquestra,
aulas de canto e teatro musical. Além desse conjunto diverso, o projeto
contribui para a sociabilidade e a democratização das artes.
Inicialmente serão disponibilizadas 2.136 vagas.
Para Ismayr Sérgio Cláudio, gerente de Educação Integral, Direitos
Humanos e Cidadania da PBH, o projeto é uma importante ferramenta
pedagógica no programa Escola Integrada. “O investimento da Prefeitura
nessa frente visa ampliar as oportunidades de formação qualificada em
música aos estudantes das escolas municipais e, além disso, garante a
continuidade da ampliação do atendimento dos alunos pelo programa Escola
Integrada”, explicou.
Além desta iniciativa, a Prefeitura pretende implementar em breve
outros dois projetos com foco na música: a criação dos Núcleos Regionais
de Musicalização e, como produto dos dois projetos citados, a
instituição da Orquestra da Rede Municipal de Educação.
Escola Integrada
O Projeto de Musicalização faz parte do programa Escola Integrada,
que, em 2012, atendeu 66.482 crianças e adolescentes da Rede Municipal
de Educação, proporcionando nove horas diárias de atividades e
oferecendo três refeições por dia aos estudantes. Atualmente, a rede de
ensino municipal em Belo Horizonte conta com 186 escolas municipais e 67
Unidades Municipais de Educação Infantil (Umeis).
Instituições de ensino e modalidades oferecidas
• Associação Oásis de Assistência Social (Rua dos Salesianos, 528,
São Bernardo): violão, guitarra/baixo, piano/saxofone, bateria e flauta
doce.
• Melody Maker (Rua Professor Pimenta da Veiga, 928, Cidade Nova):
bateria, teclado, piano, violino, violoncelo e guitarra/contrabaixo.
• Fundação de Educação Artística (Rua Gonçalves Dias, 320, Funcionários): formação de orquestra.
• Associação Mineira de Técnicos em Espetáculos Musicais (Rua Barão de Macaúbas, 11, Santo Antônio): canto e teatro musical.
• Quatro Por Quatro Núcleo Musical (Rua Pará de Minas, 482, sala 3,
Padre Eustáquio): violão, canto coral, teclado, violino, bateria e
flauta doce.
• Associação de Amigos do Centro Social Frei José Renato (Rua Delso Renault, 52, Aarão Reis): violão e flauta doce.
• Sociedade Cruz da Malta (Rua Cachoeira de Minas, 434, Morro das Pedras): violão, violino, teclado e flauta doce.
• Sociedade artística Mirim de BH (Rua Luiz de Mello Mattos, 175, Planalto): formação de orquestra.
• Bangalô Produções Ltda. (Rua Joanésia, 132, Serra): violão.
Estudo mostra como atuam escolas que apresentam resultados eficientes na aprendizagem de alunos de baixo nível socioeconômico
Definir metas, usar dados das avaliações para direcionar o trabalho
pedagógico e acompanhar de perto o desenvolvimento dos alunos são ações
que ajudam a garantir uma Educação de qualidade. O desafio é coloca-las
em prática, como fazem algumas escolas públicas do País que recebem
alunos de baixo nível socioeconômico e, contra as adversidades, promovem
ensino e aprendizagem com excelência.
O diagnóstico foi feito pela Fundação Lemman e pelo Itaú BBA, no estudo
“Excelência com Equidade”, divulgado no fim do ano passado. O relatório
destaca seis escolas públicas dentro de um grupo de 215 que atendem
alunos de baixo nível socioeconômico e que obtiveram bom desempenho na
Prova Brasil 2011 e, consequentemente, altos Índices de Desenvolvimento
da Educação Básica (Ideb). São elas: Escola Municipal Beatriz Rodrigues
da Silva, em Palmas (TO); CIEP Glauber Rocha, no Rio de Janeiro (RJ);
Escola Municipal João Batista Filho, em Acreúna (GO); Escola de Ensino
Fundamental Maria Alves de Mesquita, em Pedra Branca (CE); Escola CAÍC
Raimundo Pimentel Gomes, em Sobral (CE) e a Escola Municipal Suzana
Moraes Balen, em Foz do Iguaçu (PR). As escolas selecionadas
localizam-se nas cinco regiões geográficas brasileiras.
A pesquisa avaliou o trabalho feito nos anos iniciais do Ensino
Fundamental (1º ao 5º ano). Hoje, o Ideb desse nível de ensino para todo
o País é 5,0. Foram consideradas as unidades de ensino que tiveram uma
taxa mínima de participação de 70% na prova e com Ideb igual ou superior
a 6. Outro critério foi observar apenas os colégios que apresentaram,
no mínimo, 70% do alunado no nível adequado de proficiência e, no
máximo, 5% com desempenho considerado insuficiente.
A trajetória de evolução das escolas, entre 2007 e 2011, também foi
levada em consideração. Já as condições das famílias dos alunos foram
verificadas por meio de questionários que acompanham a Prova Brasil e
que são respondidos pelos estudantes.
A ideia da pesquisa, segundo o economista e coordenador de projetos da
Fundação Lemann, Ernesto Martins Faria, era justamente investigar o
sucesso dessas escolas – um grupo de pesquisadores conferiu pessoalmente
como os colégios selecionados procedem. O que eles encontraram não foi
nada de muito surpreendente: as boas escolas são “normais” e não há
nenhum tipo de milagre para obterem sucesso com alunos que fazem parte
de famílias pobres.
Entre as práticas encontradas, além das já citadas – definição de
objetivos, uso de dados e acompanhamento dos estudantes –, está fazer da
escola um ambiente agradável e propício ao aprendizado. Para alcançar o
sucesso escolar, o estudo destaca quatro estratégias-chave comuns entre
as seis escolas: criar um fluxo aberto e transparente de comunicação;
ganhar o apoio de atores de fora da escola (como entidades e o poder
público); enfrentar resistências com o apoio de grupos comprometidos e
respeitar a experiência do professor e apoiá-lo em seu trabalho.
“Os conceitos podem ser básicos, mas colocá-los em prática não é tarefa
fácil. Ter liderança para coordenar mudanças e realizar avaliações, por
exemplo, não são coisas simplórias”, destaca Martins. “Planejar e
implementar tudo isso, enfrentando resistências, é o diferencial.”
Segundo ele, a ideia do estudo é justamente apresentar um conjunto de
soluções possíveis, que possam inspirar outras escolas e redes a lidar
com suas adversidades. “Tivemos uma preocupação em destacar práticas que
podem ser replicadas.”
PBH investe em diversos programas para incentivar a leitura na capital mineira
A Prefeitura de Belo Horizonte promove várias ações para incentivar a
leitura na capital mineira e oferece prêmios por trabalhos na área. Um
dos programas é feito por meio da Fundação Municipal de Cultura (FMC),
que desenvolve o Belo Horizonte, Cidade Leitora, que democratiza o
acesso à leitura na cidade e forma leitores por meio de bibliotecas
públicas e projetos de valorização e estímulo à leitura. A FMC investe
na renovação dos acervos bibliográficos, na formação continuada dos seus
profissionais por meio de cursos com especialistas e escritores de todo
o país, na participação em eventos externos como seminários e
congressos e na melhoria de sua infraestrutura física e tecnológica.
Além de atuar nas 19 bibliotecas públicas (15 situadas em centros
culturais, três em regionais e a Biblioteca Infanto-Juvenil), o programa
Belo Horizonte, Cidade Leitora apoia também a ação da sociedade civil,
com a aquisição e a distribuição de livros novos, criteriosamente
selecionados, para as bibliotecas comunitárias, que são implantadas,
mantidas e geridas pela sociedade civil da capital. Além disso, são
promovidos cursos de formação específica na área, estendidos para os
voluntários e profissionais que lidam com leitura e concepção de
leitores na cidade.
A Secretaria Municipal de Educação (Smed), por sua vez, propõe
diversos programas de incentivo à leitura. De acordo com a coordenadora
do programa de bibliotecas da PBH, Carolina Teixeira de Paula, essas
ações agregam diversos valores aos alunos da Rede Municipal de Educação.
“As ações contribuem para desenvolver a reflexão e o espírito crítico
dos alunos e alunas, tornando-se verdadeiras ferramentas de inclusão
social. A partir dessas ações os educandos têm a possibilidade de se
constituírem como sujeitos que compreendem melhor a si e ao mundo”,
disse. Confira abaixo alguns projetos de destaque promovidos pela Smed.
Prêmios servem como incentivo
Além de investir na formação de leitores, a Prefeitura de Belo
Horizonte fomenta também a criação literária por meio dos prêmios João
de Barro e Cidade de Belo Horizonte. O edital para o Prêmio Nacional de
Literatura Cidade de Belo Horizonte está aberto e recebe inscrições até o
dia 22 de março deste ano. O concurso irá premiar com R$ 50 mil obras
inéditas, de autores brasileiros, nas categorias Conto, Dramaturgia,
Poesia e Romance. Os interessados podem acessar o edital no link www.pbh.gov.br/cultura.
Programas de destaque em BH
Programa de Bibliotecas da Rede Municipal de Educação - tem como
objetivo levar o aluno ao diálogo com o conhecimento, além de estimular e
propor novas questões que poderiam ser objeto de pesquisa. Atualmente,
186 escolas municipais com bibliotecas que possuem verba própria para
aquisição de acervo. O programa conta, ainda, com a atuação de 41
bibliotecários e cerca de 430 auxiliares de biblioteca, além de
professores que desenvolvem vários trabalhos de incentivo à leitura.
Kit Literário - A PBH oferece livros literários no kit de material
escolar distribuído gratuitamente aos alunos das escolas municipais, das
Unidades Municipais de Educação Infantil (Umeis) e creches conveniadas.
Além do material escolar específico para cada faixa etária, os alunos
levam para suas casas títulos das literaturas brasileira e universal. Os
livros que compõem esses kits abrangem diversos gêneros literários, que
são escolhidos em função da adequação temática à faixa etária, de sua
qualidade literária e da qualidade do projeto gráfico-editorial.
Jornada Literária - Criado para viabilizar alternativas práticas
que contribuem para efetivar qualitativamente o processo de formação
escolar com o público adolescente. O programa de bibliotecas participa
conjuntamente da Jornada Literária, cujo resultado final foi a confecção
de um livro literário de autoria de alunos de cada escola envolvida no
processo.
Dicas para se tornar um leitor fluente
Tenha o hábito de ler (ler jornais, ler antes de dormir, ler em
momentos de lazer, ler para aprender, etc.) e estimule seus filhos a
fazer o mesmo;
Leia para os filhos desde pequenos;
Mantenha livros, jornais, revistas e outros materiais de leitura disponíveis em casa;
Leve os filhos a bibliotecas ou a livrarias;
Visite feiras de livros.
Descubra o prazer de ler o quanto antes. Até mesmo pessoas que não
tiveram o hábito desde cedo, podem descobrir isso quando adultos. O
segredo é encontrar o tipo de leitura que mais agrada e qual mais se
adapta ao seu gosto;
Leia normalmente, em locais silenciosos e com conforto, um texto que
desperte seu interesse e que seja adequado à sua idade. A leitura não
deve ser uma obrigação e muito menos um castigo;
Aproveite o advento da internet: pesquise e leia mais. Isso o fará se tornar um leitor cada vez mais exigente.
Texto retirado do Sala de Notícias do portal PBH, no dia 21/01/2013.
Pesquisas mostram que nada é tão
decisivo para um bom desempenho escolar quanto o incentivo dos pais para
os estudos.
Já se sabe até como eles podem dar esse empurrão
A volta às aulas traz à tona uma das
questões mais incômodas para pais de estudantes em todos os níveis
de ensino: como ajudar a despertar nos filhos a curiosidade
intelectual e fazê-los cultivar o apreço pelo estudo? Para tarefa
tão complexa, não existe uma fórmula mágica que, aplicada à
risca pela família, resultará num aluno exemplar. A excelência,
afinal, é produto de muitas variáveis, tais como o talento
individual e os estímulos providos pela própria escola – e não
apenas de um ambiente favorável ao aprendizado em casa. O que já se
sabe, no entanto, é que a participação dos pais é fundamental, se
não decisiva, para um bom rendimento escolar. "Nenhum outro
fator tem tanto impacto para o progresso de um aluno quanto a
interferência adequada da família. E isso se faz sentir,
positivamente, por toda a vida adulta", diz o economista Naércio
Menezes, coordenador do Centro de Políticas Públicas do Instituto
de Ensino e Pesquisa (Insper) e autor de um recente trabalho sobre o
assunto no Brasil. O conjunto de medidas que surtem resultado, uma
vez adotadas com persistência em casa, chama atenção pela
simplicidade. Apenas incentivar o filho a fazer a lição de casa e a
ir à escola todos os dias, providenciar um lugar tranquilo onde ele
possa estudar e comparecer às reuniões de pais tem o efeito de
elevar as notas em torno de 15%, segundo a pesquisa do Insper.
As boas práticas que se originam desse
e de outros estudos (listadas
abaixo) não fogem muito do que sugere o senso comum. Tome-se
o exemplo da lição de casa. Muitos pais se angustiam porque não
têm a menor ideia de como responder a dúvidas de matemática ou
física. Mesmo quando dominam um assunto, ficam na dúvida: até que
ponto prestar ajuda quando são requisitados? Na verdade, tudo o que
é necessário é incentivar uma leitura mais atenta do enunciado,
indicar fontes de pesquisa ou estimular uma nova reflexão sobre o
problema. Jamais dar a resposta certa, procedimento cuja repetição
está associada à queda no rendimento do aluno. "Participação
exagerada só atrapalha. A independência nos estudos deve ser
cultivada, e não tolhida", diz Maria Inês Fini, doutora em
educação. Os especialistas concordam que não cabe aos pais agir
como professores em casa – confusão comum, e sem nenhum reflexo
positivo. O que sempre ajuda, aí sim, é demonstrar, desde cedo e de
forma bem concreta, quanto se valoriza a educação, essa talvez a
maior contribuição possível da família. Daí a relevância de
montar uma biblioteca em casa ou de manter o hábito de conversar com
os filhos sobre o que se passa na escola. De acordo com uma recente
compilação de 29 estudos sobre o tema, esse tipo de ambiente se
traduz numa série de indicadores positivos, como mais vontade de ir
à aula, um comportamento melhor na escola e expectativas mais
elevadas sobre o futuro.
Os pais brasileiros estão longe de
figurar entre os mais participativos na rotina escolar. Enquanto nos
países da OCDE (organização que reúne os países mais ricos) 64%
deles se dizem atuantes, no Brasil esse dado costuma variar entre 20%
e 30%, dependendo de quem dá o número. Parte do flagrante
desinteresse se deve à baixa escolaridade de uma enorme parcela dos
pais, que não permaneceu na escola tempo suficiente para aprender a
ler, tampouco para consolidar o hábito do estudo de modo a passá-lo
adiante. "Quase não estudei na vida e sempre tive muita
dificuldade para ajudar o meu filho nisso", diz a cearense Maria
de Fátima Lima, 40 anos, que deixou a escola na 2ª série do ensino
fundamental e é mãe de Mailson, de 9 anos. Mas isso não explica
tudo. A experiência dos colégios particulares também aponta para a
distância dos pais. Uma das razões remete ao fato de a educação
no Brasil ainda não ser vista como artigo prioritário – inclusive
nas classes mais altas. Em uma nova pesquisa da consultoria Nielsen,
a educação aparece em quinto lugar entre as maiores preocupações
dos brasileiros. Vem atrás de estabilidade no emprego, equilíbrio
entre trabalho e lazer, pagamento de dívidas e a economia do país.
Outra explicação para a distância
que separa os pais da vida escolar está numa ideia incrustada no
pensamento do brasileiro: a de que a escola deve se encarregar,
sozinha, do processo educativo. Essa é a visão predominante na
América Latina e oposta à que impera nos Estados Unidos ou em
países asiáticos. "Os pais fazem fila na porta da minha sala
para saber como vão seus filhos", relata Soleiman Dias,
professor brasileiro que há sete anos dá aulas na Coreia do Sul.
Essa atividade lhe consome uma hora por dia. Nada parecido com o que
se vê na maioria das escolas brasileiras. "Em países mais
dependentes do estado, como o Brasil, a tendência é terceirizar
responsabilidades", diz o economista Claudio de Moura Castro,
articulista de VEJA e especialista em educação. "É o que
fazem as famílias brasileiras ao esperar que todas as iniciativas
partam da escola." A esse caldo cultural somam-se ainda os
efeitos do que se seguiu aos anos 60. A partir daí, inicia-se no
Brasil um forte processo de contestação à noção de hierarquia,
tendo como pano de fundo a escalada dos movimentos estudantis e a
contracultura. Na relação entre pais e filhos, o conceito de
liberdade passou a ser confundido com permissividade. Avalia Tania
Zagury, educadora e autora do livro Escola sem Conflito: Parceria
com os Pais: "A inabilidade das famílias em estabelecer
limites em casa faz com que deleguem à escola tarefas que deveriam
ser delas também".
Os efeitos são desastrosos. A pressão
exercida sobre a escola não leva a nenhum ganho para os alunos.
"Existe aquele perfil de pai que só se preocupa com a nota do
filho e chega aqui dizendo: ‘Eu pago por esse serviço e quero um
retorno’", conta Sílvio Barini, diretor do São Domingos,
colégio particular de São Paulo. "Ele não faz a sua parte e
espera da escola soluções milagrosas." Não é, no entanto, a
reação mais comum ali. A participação das famílias no colégio
se tornou relativamente alta de dois anos para cá, com a presença
dos pais num conselho que, entre outras coisas, toma decisões sobre
o orçamento e trata das questões do ensino. O sistema, implantado
nos anos 90, a princípio não deu certo. As famílias tentavam
apitar até no currículo. Estabelecidos os limites, hoje funciona
bem. "É uma chance de opinar sobre o destino das mensalidades
que pagamos e de conhecer bem os professores", diz o cientista
social Hernani Lotufo, 55 anos, que tem cadeira no conselho e é pai
de Maria Clara, 6, e João Miguel, 11. Não é preciso, no entanto,
despender tanto tempo para influenciar positivamente na rotina
escolar. Às vezes, não é necessário sequer ir à escola. É o que
propiciam colégios como o Bandeirantes, em São Paulo, que já
colocam na internet fichas dos alunos, com notas e faltas, além do
programa das aulas. O contato pessoal com os professores fica a
critério dos pais. Diz a psicóloga Monica Dib, mãe de André, 16
anos: "Eu, que tenho pouco tempo para estar inteirada, hoje
consigo manter ótimas conversas com meu filho sobre a escola".
Apesar de ainda raras, as boas
iniciativas das escolas brasileiras para atrair os pais começam a
revelar seus efeitos. Eles já aparecem, por exemplo, num conjunto de
escolas públicas onde a Unesco, em parceria com o Ministério da
Educação, encontrou programas eficazes. Alguns de seus princípios
podem ser facilmente transplantados para a realidade dos colégios
particulares. Por exemplo, a ideia de prestar aos pais um atendimento
mais individualizado, bem diferente do das enfadonhas reuniões
bimestrais. Um programa implantado em 47 escolas de Taboão da Serra,
município localizado na região metropolitana de São Paulo, chega a
enviar os professores à casa dos estudantes, para orientar os pais
sobre como ajudar nos estudos e saber mais do que se passa com cada
aluno. "Com isso, posso traçar um plano de aulas mais ajustado
às necessidades reais dos alunos", diz a professora Guiomar
Souza, munida dos resultados dessas medidas. Em dois anos, as notas
dos estudantes em exames oficiais subiram 10%. Reuniões individuais
com cada família, mesmo que sejam na escola, já têm bom efeito. Em
137 colégios municipais de Teresina, professores e assistentes
sociais são treinados para conseguir orientar melhor os pais nesses
encontros. A diferença se revela na casa de gente como Maria da
Silva Costa, 57 anos, responsável pela criação do neto, César.
"Não sei ler, então a escola sugeriu que eu pedisse a meu neto
que lesse contas e cartas para mim. Ele adorou."
As pesquisas não deixam dúvidas
quanto à eficácia de uma boa relação entre a escola e a família,
ainda que ela não precise ser assídua nem tão intensa. A
experiência de pais como a psicóloga Virgínia Carnevale e o
engenheiro Paulo Nessimian aponta para ganhos bem concretos. Com dois
filhos formados e outros dois matriculados no Santo Inácio, colégio
particular do Rio de Janeiro, o casal sempre manteve um ótimo
diálogo com a escola. "Quando aparece uma nota baixa no
boletim, sento com o coordenador e traçamos juntos um plano para
resolver o problema", exemplifica Virgínia. O colégio dispõe
de profissionais de plantão para atender pais como ela, desenvolve
atividades esportivas que incluem as famílias e ainda abre as portas
para que organizem festas ali – todas medidas para chamar atenção
para a escola. Isso certamente ajuda a explicar por que o Santo
Inácio aparece entre as dez melhores do país, no ranking do Enem.
Conclui a especialista Maria Helena Guimarães: "O esforço
conjunto da escola com a família se traduz num potente motor para o
aprendizado".
Compensa. Um estudo da Fundação
Getulio Vargas mostra que os efeitos da presença dos pais na vida
escolar, ainda que mínima, se fazem notar por toda a vida adulta. Na
infância e na adolescência, a participação da família não está
associada apenas às notas mais altas, mas também a uma considerável
redução nos índices de evasão. Para se ter uma ideia, o risco de
que crianças egressas de um ambiente favorável aos estudos
abandonem a escola cai, em média, 64%. É uma diferença gritante –
e decisiva para o sucesso bem mais tarde, no mercado de trabalho.
Basta dizer que cada ano a mais na escola faz subir o salário, em
média, 15%. O impacto aumenta na medida em que se progride nos
estudos. Um ano de pós-graduação, por exemplo, significa um ganho
de quase 20% no salário. "Quanto mais educação, maior será o
retorno", resume o economista Marcelo Neri, autor da pesquisa. É
razão suficiente para que os pais brasileiros comecem a prestar mais
atenção à rotina escolar.
O dever da família
As dez principais descobertas dos especialistas sobre quando e como
os pais podem ajudar a despertar nos filhos a curiosidade intelectual e fazê-los alcançar um desempenho melhor nos estudos
1. Ter livros em casa
E, no caso de filhos pequenos, ler para eles. O hábito, cultivado desde cedo, faz aumentar o vocabulário de forma espantosa. Segundo estudo do americano James Heckman, prêmio Nobel de economia, uma criança de 8 anos que recebeu esse tipo de estímulo a partir dos 3 domina cerca de 12 000 palavras – o triplo de um aluno sem o mesmo empurrão. A diferença se faz sentir na assimilação de conhecimento em todas as áreas. Ao analisar o fato de a Finlândia aparecer sempre na primeira posição nos rankings de educação, um estudo da OCDE confirma: o incentivo precoce à leitura em casa tem um papel decisivo.
2. Reservar um lugar tranquilo para os estudos
A ideia é cuidar para que o ambiente ofereça o mínimo necessário: mesa, cadeira, boa iluminação e distância da televisão. Já na pré-escola, os pais podem definir o local e incentivar seu uso diário. Os benefícios, já quantificados, são os esperados: concentrado, o aluno aprende mais e erra menos.
3. Zelar pelo cumprimento da lição
Ainda que a criança seja pequena e a tarefa, bem fácil, é importante mostrar a relevância dela com gestos simples, como pedir para olhar o dever pronto ao chegar em casa. Até cerca de 10 anos, monitorar diariamente a execução da lição não é excessivo. Ao contrário. Esse é o momento de começar a sedimentar uma rotina de estudos, com horário e local, mesmo que seja mais uma brincadeira. Um relatório da OCDE não deixa dúvidas quanto às vantagens. Os melhores alunos no mundo todo levam a sério o dever de casa.
4. Orientar, mas jamais dar a resposta certa
Solucionar o problema é uma tentação frequente dos pais quando são acionados a ajudar na tarefa de casa. Não funciona. O que dá certo, isso sim, é recomendar uma leitura mais atenta do enunciado, tentar provocar uma nova reflexão sobre o assunto e, no caso de filhos mais velhos, sugerir uma boa fonte de pesquisas. Se o erro persistir, deixe-o lá. Já se sabe que a correção do professor é decisiva para a fixação da resposta certa.
5. Preservar o tempo livre
Muitos pais, ávidos por proporcionar o maior número de oportunidades aos filhos, lotam sua agenda de atividades fora da escola. O resultado é que sobra pouco tempo para brincar, esse também um momento sabidamente precioso para o aprendizado. Na escola, por sua vez, crianças com rotinas atribuladas demais costumam demonstrar cansaço, o que frequentemente compromete o próprio rendimento.
6. Comparecer à reunião de pais
Mesmo que seja muitas vezes enfadonha, ela proporciona no mínimo uma chance de sentir o ambiente na escola, saber da experiência dos demais alunos e tomar contato com a visão de outros pais. A ida a esses encontros tem ainda um efeito colateral menos visível, mas já bastante estudado: a presença dos pais é uma demonstração de interesse que contribui para o envolvimento dos filhos com a escola.
7. Conversar sobre a escola
A manifestação de interesse, por si só, é um indicativo do valor dado à educação pela família. Os efeitos são ainda maiores quando o estudo é tratado como algo agradável e aplicável à vida prática, e não um fardo. Uma recente compilação de estudos, consolidada por um centro de pesquisas do governo americano, mostra que um pai que consegue produzir esse tipo de ambiente em casa aumenta em até 40% as chances de o filho se tornar um bom aluno.
8. Monitorar o boletim
No caso de um resultado ruim, o melhor a fazer é definir um plano para melhorar o desempenho – mas não sem antes consultar a escola e avisar o filho de que está fazendo isso. O objetivo aí é estabelecer, junto com o colégio, uma estratégia para reverter a situação e saber qual será, exatamente, sua participação. Está mais do que provado que castigo, nesse caso, não funciona. Só diminui o grau de autoconfiança, já baixa, e agrava o desinteresse pelos estudos.
9. Procurar o colégio no começo do ano
É a ocasião em que cabe perguntar, pelo menos em linhas gerais, o que a escola pretende ensinar em cada matéria. Trata-se do mínimo para poder acompanhar tais metas e, se preciso, cobrar sua execução.
10. Não fazer pressão na hora do vestibular
O excesso de pressão por parte da família só atrapalha no momento mais tenso na vida de um estudante. À mesa do jantar, os pais darão uma boa contribuição ao evitar falar apenas disso. Mas podem ajudar mais, principalmente zelando para que o ambiente de casa na hora do estudo não fique barulhento demais e para que o filho não se comprometa com muitas atividades. O lazer, no entanto, não deve ser suprimido. É o que dizem os especialistas e os próprios campeões no vestibular: em 2008, os mais bem colocados em dez áreas mantiveram uma pesada rotina de estudos, mas, pelo menos no fim de semana, preservaram algum tempo livre.
A participação dos pais
Texto e imagens retirados da revista Veja, publicados no dia 05/08/2009, reportagem de
Marcelo Bortoloti e Renata Betti